Coreto
Évora foi uma das primeiras cidades portuguesas a ter bandas filarmónicas. Após a construção do coreto, em 1888, aqui se passaram a realizar os principais concertos musicais, particularmente aos domingos, memória que prevaleceu ao longo de todo o século XX.
Construído em ferro forjado ao gosto revivalista da época, o coreto foi proposto pelo vereador das obras públicas, Joaquim Sales da Costa, como elemento fundamental ao entretenimento sociocultural do Jardim Público, sendo inaugurado em 20 de maio de 1888.
“Ruínas Fingidas”
Construção cenográfica de inspiração revivalista, de cariz neomanuelino, projetada no ano de 1865 pelo arquiteto e cenógrafo italiano José Cinatti (1808-1879).
Na sua conceção foram utilizados materiais arquitetónicos provenientes da demolição do paço eborense dos Condes do Vimioso, cuja memória heráldica ficou registada no friso de merlões que coroam a torre medieval da Cerca Nova, onde, de resto, a par do muro antigo, se reintegraram, fantasiosamente, os elementos manuelino-mudéjares.
Estes elementos decorativos, escolhidos para melhor se adequarem à época de construção do vizinho Palácio de D. Manuel, traduzem uma ideia romântica de fausto e grandeza do país associada à época dos Descobrimentos portugueses.
Muralhas e Fortificações
O Jardim Público está encaixado no antigo horto e laranjal dos Paços Reais, entre a muralha medieval de meados do século XIV e as fortificações abaluartadas da segunda metade do século XVII. Destas estruturas militares conservam-se alguns troços da chamada Cerca Nova, nomeadamente a torre quadrangular que serve de suporte às “Ruínas Fingidas” e um dos baluartes setecentistas, designado por Conde de Lippe, em cujos ângulos se encontram as características guaritas.
Palácio de D. Manuel
Estrutura residencial que restou do complexo palatino da família real portuguesa, foi edificada na época manuelina, à volta de 1513-1516, pelos eborenses Martim Lourenço, mestre-pedreiro, de parceria com Lourenço Gonçalves, carpinteiro-mor.
Outrora articulado ao paço de São Francisco através de uma extensa varanda - na qual se realizou aclamação do Príncipe D. Manuel e as cortes gerais, em 1535 -, o corpo remanescente é um exemplar característico do manuelino, com janelas geminadas de arco ultrapassado, mas em cujo torreão central se abrem três janelas já de inspiração renascentista da época de D. João III. O conjunto repete, ainda que a outra escala, os volumes originais do Paço da Ribeira, em Lisboa.
O Palácio de D. Manuel, Monumento Nacional desde 1910, teve várias utilizações ao longo do tempo, particularmente nos últimos dois séculos: foi armazém militar (Trem), depósito arqueológico, teatro e espaço de eventos públicos. Recuperado em meados do século XX após um grande incêndio, de que resultou a atual configuração (em parte reinterpretada do que se suponha ser o velho edifício quinhentista), é hoje utilizado pelo Município de Évora, seu proprietária, para atividades socioculturais.
Oliveira da Paz
A Oliveira da Paz, que se encontra localizada no Jardim Público junto à entrada da Rua da República, foi plantada pelo Município de Évora em julho de 1919, de modo a assinalar o fim da primeira guerra mundial, como símbolo da paz e da perseverança na luta dos povos aliados contra a Alemanha.
Sementes de Hiroshima
A cidade de Hiroshima, no âmbito da organização Mayors for Peace, ofereceu a Évora sementes de árvores sobreviventes ao bombardeamento atómico de 1945 como símbolos de paz e esperança.
Estas sementes, das espécies Kurogane Azevinho (Ilex Rotunda) e Cânfora (Cinnamomum Camphor), encontram-se depositadas no jardim, junto à entrada da Praça 1º de Maio, sob uma estrutura de proteção que representa a “Cúpula da Bomba Atómica” de Hiroshima, edifício atingido pela bomba nuclear e que se manteve inalterado até aos dias de hoje em memória das vítimas.
Em agosto de 1945, durante a II Guerra Mundial, a cidade japonesa de Hiroshima foi atingida com uma bomba atómica lançada pelos Estados Unidos da América. Neste ataque morreram mais de 250 mil pessoas e os solos ficaram contaminados pela radiação. Contudo, nos anos seguintes, dos troncos carbonizados de algumas árvores cresceram rebentos e folhas tornando-as símbolos de paz e esperança.