Câmara de Évora assinala início do novo Ano Letivo com oferta de atividade

A Câmara Municipal de Évora preparou um conjunto de ações para assinalar o início do Ano Letivo 2024-2025 para o pessoal docente e pessoal não docente, tendo a primeira atividade sido uma caminhada, que decorreu na manhã de 10 de setembro, na Ecopista, orientada pelos técnicos da Divisão de Educação, Elsa Oliveira e Francisco Bilou.

O Vereador da Educação, Alexandre Varela, acompanhou os participantes ao longo do percurso, enriquecido em diversos momentos por apontamentos históricos relembrados por Francisco Bilou, como historiador e investigador.

No final da caminhada, este grupo de profissionais da área da Educação foi acarinhado com uma surpresa: a visita ao Paço do Morgado de Oliveira (Louredo) onde foram recebidos pelo produtor e enólogo António Maçanita e, após retemperarem forças com um aperitivo e provarem os vinhos Fita Preta, foram visitar a Capela e a Adega, ficando assim a conhecer mais sobre aquele lugar e a sua relação com a História de Portugal.

Refira-se que a origem desta propriedade remonta à época do rei D. Dinis e, ao longo dos séculos por ali passaram outros reis, nobres e dignitários eclesiásticos, todos aportando mais património e valor ao Paço. Um aportar de valor esse que prossegue nos dias de hoje, estando atualmente significativa parte do espaço já requalificada e outra ainda a ser alvo de obras, como é o caso da Capela.

“Do reinado de D. Manuel deve ser a decoração a fresco da capela do Paço da Oliveira, de que resta a representação de São Cristóvão, padroeiro dos caminhantes”, diz Francisco Bilou, destacando ainda que “a presença da corte de D. João III em Évora, entre os anos de 1532 e 1537, foi coincidente com o apogeu do Paço da Oliveira”.

Também os infantes D. Duarte e D. Henrique, vieram fazer caçadas ao paço rural da Oliveira, que “entre os séculos XVII a XIX, permanecerá como uma das grandes casas agrícolas alentejanas, gerida à distância pelos proprietários, mas entregue ao cuidado de administradores locais”.

No século XIX, refere ainda, “primeiro com as invasões francesas, depois como as guerras liberais sequentes à morte de D. João VI, o paço caiu em acentuada ruína estrutural; a capela perdeu inclusivamente a sua função religiosa, seguindo o mesmo destino da maior parte do património religioso português após a extinção das ordens religiosas, em 1834.  Apesar de tudo, a Quinta da Oliveira, manteve-se como unidade agrícola gerida localmente por feitores nomeados desde Lisboa. (…). Chegados ao final do século XIX, e segundo se apurou na documentação, coube ao 5º Conde de Rio Maior, D. João de Saldanha Oliveira Juzarte Figueira e Sousa, a iniciativa de reformar o Paço da Oliveira”.

Atualmente, constata-se que os seus novos proprietários, além da preservação da propriedade, apostam também na produção de vinho e no enoturismo, de maneira sustentável, formando uma equipa que, com toda a dedicação e empenho prossegue a valorização do Paço, juntando outros patrimónios ao seu já valioso património histórico.

Com esta iniciativa, a Câmara Municipal procurou proporcionar um dia diferente e descontraído ao pessoal docente e não docente, estimular a prática desportiva, a descoberta da história e do património, para além de fomentar um salutar convívio.