Largo do Marquês de Marialva

O “Adro da Sé”, nome pelo qual surge o actual Largo definido em 1541, deteve do ponto de vista toponímico, a mesma associação até 1869. Em 1904, fixa-se o nome no qual ainda detém: Largo do Marquês de Marialva, em homenagem a D. António Luís de Meneses, capitão-general do Alentejo durante a guerra da Restauração (1640-1668) e obreiro da definitiva vitória portuguesa sobre o Reino de Espanha em 1665, na famosa Batalha dos Montes Claros. Fervoroso patriota e defensor do Reino, conta-se que no seu testamento ordenou que o seu coração fosse sepultado aos pés do rei D. João IV, soberano aclamado em 1640. Contudo, é indissociável a existência deste largo com a presença imponente da Catedral de Santa Maria. Há monumentos em Portugal que pela sua monumentalidade, simbolismo e extraordinário valor memorial, apelam somente à contemplação. A Catedral eborense é certamente um deles. Na sua capela mor se benzeram os exércitos que viriam a ganhar a Batalha do Salado em 1340. Dos seus terraços se preparou a ascensão de uma nova dinastia régia em 1383. Nuno Álvares Pereira aqui rezou antes de enfrentar os exércitos de D. João de Castela, em 1385. Aqui se receberam e homenagearam reis, se benzeram príncipes e se ouviram as vozes de literatos, humanistas…e de sábios. Aqui se refugiaram os eborenses nos assédios franceses de 1808…e aqui se coroa uma cidade Património Mundial da Humanidade. A Sé começou a ser construída em 1280 e assinala a passagem do tempo, pois é obra de transição, estrutura híbrida que da sombra do românico se permite elevar, e invadir, pela arcaria e luz celestial do gótico. Sagrada em 1308, “…é este majestoso templo um dos mais célebres de Portugal por sua grandeza, arquitectura e firmeza…”. Em Évora mora a maior Catedral do país.

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