Programação cultural de iniciativa municipal
Atualizado em 05/07/2021
publicado em 4 de junho de 2020
Os diversos projetos e iniciativas programadas pela Câmara Municipal de Évora foram atropelados pela existência de uma crise sanitária que levou a duas declarações de estado de emergência e à atual situação de calamidade com as conhecidas restrições para a realização de atividades culturais com a presença de público.
Como forma de resposta rápida de emergência à crise que se instalou no sector cultural e criativo, que toca artistas, técnicos e todas os trabalhadores intermitentes relacionados com a cultura e o lazer, a CME desenvolveu dois programas: Artes em Casa, que decorreu de 15 a 30 de Abril, Nem em Casa a Liberdade se Confina que comemorou a Revolução de Abril e decorreu a 24 e 25 de Abril.
Ao longo de muitas horas de pré-produção e de emissão em Streaming e em sinal aberto nas rádios locais, cerca de uma centena de artistas, técnicos e agentes culturais trabalharam intensamente num tempo de confinamento, de despedimentos e de lay off, para que, em casa, não ficássemos sem cultura.
Estas iniciativas não substituíram, nem o podiam fazer, o conjunto de ciclos de programação previstos para este ano e que não tiveram condições para a sua concretização:
Evora Jazz Fest, Soam as Guitarras, Livros à Rua, Festival Política, 20.21 Évora Músicas Contemporâneas e Artes à Rua Festival de Artes Públicas.
Se a situação sanitária o permitir pondera a Câmara Municipal realizar no último trimestre de 2020 alguns destes ciclos de programação, sendo que o Artes à Rua se realizará apenas em 2021, de 23 de Julho a 29 de Agosto, mantendo, na medida do possível, a programação prevista para 2020.
As performances artísticas que resultam da Chamada para Novas Criações estão em análise, com o atraso natural que resulta da indefinição que marcou os últimos três meses e que ainda se mantém. Por indisponibilidade dos nomes inicialmente previstos não será possível manter a avaliação das propostas pelo júri.
Se as condições restritivas de apresentação pública de espetáculos não se alterarem, a realização das propostas da Chamada poderão decorrer em período mais alargado do que o inicialmente previsto, podendo ir até ao final do primeiro trimestre de 2021, em locais a definir considerando as condições sanitárias legalmente impostas.
Em pré-produção, com estreia prevista durante o mês de Junho, está um novo formato artístico que vai envolver agentes culturais, artistas e técnicos, continuando a considerar prioritariamente os que vivem e criam em Évora. Ao longo de 8 emissões semanais, em streaming e nas rádios locais, haverá teatro, musica, performance, poesia e artes visuais, desafiando-nos a desenvolver pensamento crítico, pensando em que Évora queremos e que lugar a arte e a cultura devem desempenhar na cidade de todos.
Conscientes da profunda crise que se abateu sobre as estruturas e criadores locais, agravando em muito a precária situação da sua existência, acreditamos que só uma resposta nacional, através da criação de um fundo de emergência para os profissionais do sector, que permita solver compromissos e lançar projetos que garantam a existência de condições de vida dignas a quem faz da criação cultural o seu modo de vida.
É tempo de aprofundar a luta por uma fatia do Orçamento de Estado para a Cultura que cumpra os desígnios constitucionais e pela sua distribuição tendo em conta os princípios da coesão territorial, discriminando positivamente os territórios mais afastados dos centros de poder e com menos recursos de captação de investimento para Cultura.
Estaremos sempre do lado da civilização, do lado da concretização dos princípios constitucionais da democracia política, cultural, económica e social que são os pilares do projeto da sociedade de Abril.
O vereador da Cultura da CME
Eduardo Luciano