Évora acolheu 3º Encontro Nacional de Cuidadores Informais
Atualizado em 22/11/2021O 3º Encontro Nacional de Cuidadores Informais decorreu hoje (5 de Novembro), data em que se assinala também o Dia do Cuidador, em formato misto (presencial e on-line) no Palácio de D. Manuel e teve, de tarde, a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O evento contou com o apoio da Câmara Municipal de Évora e foi organizado pela Associação Nacional de Cuidadores, a qual tem como principal missão a defesa dos interesses dos cuidadores informais e da actividade democrática para a definição e aplicação de políticas públicas, nomeadamente o Estatuto de Cuidador Informal, que pode conhecer em https://ancuidadoresinformais.pt/
A sessão de abertura contou com intervenções da Presidente da Associação Nacional de Cuidadores Informais (Liliana Gonçalves), do Presidente da Eurocarers – Rede Europeia de Cuidadores Informais (Stecy Yghemonos), da Ministra do Trabalho, Solidariedade e da Segurança Social (Ana Mendes Godinho) e do Presidente do Município de Évora (Carlos Pinto de Sá).
As graves dificuldades que os cuidadores informais sentem no cuidar dos mais fragilizados, em particular dos familiares, nomeadamente devido à falta de apoio estatal, foram partilhadas pelos próprios no decurso dos trabalhos. Estes incluíram ainda, durante a manhã, a comunicação “Estatuto do Cuidador Informal: Uma Lei que escassa em chegar a quem cuida”, por Paula Gil (CICS.NOVA – Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais) e a apresentação do Estudo: Dados Preliminares sobre Levantamento dos Cuidadores Informais em Évora, por Manuel Lopes (Escola de Enfermagem da Universidade de Évora), assim como os painéis: “Os Desafios e a Regulamentação do Estatuto do Cuidador Informal” e “O Estatuto do Cuidador Informal nas Regiões Autónomas”.
Na sua intervenção, o Presidente da Câmara Municipal de Évora chamou a atenção, nomeadamente para o valor dos cuidadores informais que, com a sua ação “contrariam a tendência para a perda dos valores humanistas, mas também afirmam a importância de auxiliar o outro”, deixando-lhes o seu reconhecimento.
Face à tendência de agravamento do envelhecimento populacional nos próximos anos no País e na União Europeia, o autarca falou da necessidade de introdução gradual de políticas que invertam esta tendência e numa maior aposta na rede de cuidados imediatos. A reflexão sobre o subfinanciamento da área social e a necessidade de garantir mais recursos, inclusive para os municípios, para apoio a ações concretas foi outro dos pontos focados.
De tarde, o encontro centrou-se nos painéis: “Estatuto do Cuidador Informal: Os desafios e o necessário contributo da Saúde” e 10ª Comissão de Trabalho e Segurança Social: Estatuto do Cuidador Informal Da situação actual aos Desafios Futuros” com a participação dos deputados representados na Comissão: PS, PSD, BE, PCP e CDS.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sua intervenção reconheceu que “há sinais positivos na melhoria dos direitos dos cuidadores informais, mas ainda aquém das expectativas e necessidades destes”, considerando que daquilo que depende do Presidente da República contam sempre com o seu apoio. Apelou também ao prosseguimento do trabalho, uma vez que “a causa é justíssima” e “a luta deve continuar com serenidade e com firmeza” pois esta causa “mais cedo ou mais tarde, esperemos que mais cedo, vai vencer”.