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Fica no quarteirão delimitado pelas ruas de Burgos e da Alcárcova de Cima, o prédio conhecido por Casa Nobre da Rua de Burgos onde está alojada, desde finais do século passado, a Delegação Regional da Cultura do Alentejo. Trata-se de um dos muitos edifícios que se ergueram nas proximidades da Acrópole em virtude da instalação na cidade de diversas famílias da Corte, quando esta aqui montou sede e arraiais durante largos períodos do século XVI.
Com a posterior debandada real a casa terá sido apropriada pelo Cabido da Sé, passando a residência dos cónegos capitulares da diocese, dos quais o derradeiro parece ter sido José Joaquim Nunes de Melo, de existência terrena entre 1740 e 1820. Por essa altura já a frontaria do prédio apresentava a sua atual feição, estendendo-se preguiçosamente pela rua, com a qual de resto comunica através de um piso térreo donde sai uma escadaria que conduz ao andar cimeiro, considerado o de maior nobreza.
A nacionalização dos bens da Igreja veio a determinar a sua passagem a propriedade do Estado e a venda, algumas décadas volvidas, ao abastado agricultor, político e poeta José Carlos Gouveia (1844-1908). Este homem, que foi, entre outras coisas, Conselheiro do Reino, Governador Civil e Presidente da Câmara, utilizou-a como residência na cidade, dado que anteriormente tinha como única moradia a Quinta do Chantre, onde nascera e igualmente viria a falecer.
O novo proprietário empreendeu no edifício avultadas benfeitorias, recorrendo em grande parte à inclusão de elementos oriundos do recém-demolido Convento do Paraíso, avultando dentre eles os azulejos da escadaria, datados do séc. XVII, e várias portas almofadadas e tetos interiores em madeira de carvalho trabalhada. Nos trabalhos efetuados se integrou também a abertura de um novo portão de acesso, cuja configuração se mantém na atualidade.
Os descendentes de José Carlos Gouveia foram ocupando a casa até que, por volta dos anos 90 da centúria passada, se decidiram pela sua venda ao Estado, nela interessado pelo seu valor histórico e artístico. Na nobilitada mansão se resolveu instalar a Direcção Regional de Cultura do Alentejo, que antes estava sedeada num esguio, discreto e acanhado imóvel na Praça Joaquim António de Aguiar.
No decurso do processo de renovação do edifício foi encontrada uma “domus” romana, do séc. II d.C., encravada no respetivo subsolo e assente na Cerca Velha e visível nas traseiras do edifício que deita para a Rua da Alcárcova de Cima, apresentando notáveis pinturas a fresco desconhecidas na esfera da arte portuguesa do tempo. A estes achados juntaram-se ainda vestígios da ocupação islâmica. Entretanto o prédio aglutinou um torreão de dimensões reduzidas, com 4,5 por 5,2 metros de base, pertencente à ancestral cerca velha, que na sua ala mais antiga acolhe a atual Galeria de Exposições e onde se vislumbram manifestações gótico mudéjar, como abóbadas estreladas, janelas de ajimez e arcos de ferradura.
Durante o curto XVI Governo Constitucional (Julho de 2004 a Fevereiro de 2005), presidido por Pedro Santana Lopes, o edifício albergou de forma efémera a Secretaria de Estado dos Bens Culturais, transferida para Évora no âmbito de uma falhada tentativa de descentralização cultural. Em 2009, no âmbito do processo de regeneração urbana denominado “Acrópole XXI”, a Casa Nobre da Rua de Burgos foi alvo de nova intervenção arquitetónica, num investimento avaliado em cerca de 130.000 euros. Dela se incumbiu o arquiteto eborense José Filipe Ramalho, que a reabilitou, adaptando-a a novas e corretas utilizações que já estão na forja.
Fonte: http://viverevora.blogspot.pt/2012/06/casa-nobre-da-rua-de-burgos.html
Preço: Gratuito.
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