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Foto: tulioespanca.net
Evoca-se nesta página a figura de 10 ilustres eborenses. Todos já falecidos, são, no entanto, personalidades contemporâneas de muitos dos habitantes da cidade, que os chegaram a conhecer e dos quais ainda conservam recordações. Estes são apenas exemplos de muitos mais que pelo seu mérito honraram a cidade e o Concelho de Évora.
Túlio Alberto da Rocha Espanca nasceu no dia 8 de Maio de 1913, pelas 22:00 horas, na antiga Rua do Angerino, freguesia de Nossa Senhora da Conceição (Matriz) em Vila Viçosa.
Filho de José de Jesus da Rocha Espanca, natural de Vila Viçosa, e de Maria Rosa Alberto, natural da freguesia de Nossa Senhora de Machede, concelho de Évora. Em Vila-Viçosa viveu até à idade de 7 anos, altura em que veio para Évora acompanhado de seus pais e irmãos.
Grande especialista da História da Arte eborense e alentejana, exerceu larga atividade no Grupo Pró-Évora e na Comissão Municipal de Turismo da Câmara Municipal de Évora, e deixou vasta obra de pesquisa ligada à História e à Cultura artística do Sul do País, em grande parte publicada na revista “A Cidade de Évora”, assim como nos “Cadernos de História e Arte Eborense”, regularmente editados desde 1944.
A sua obra principal, porém, foi a que deixou integrada no “Inventário Artístico de Portugal”, da Academia Nacional de Belas-Artes, no qual foi o organizador dos oito monumentais tomos dedicados ao Concelho de Évora [1966], ao Distrito de Évora [1975 e 1978] e ao Distrito de Beja (l.a parte) [1993].
Como reconhecimento da grande valia da sua obra, Túlio Espanca foi em 1959 nomeado membro da Academia Nacional de Belas-Artes, em 1979 eleito Vogal Efectivo e em 1982 Académico Honorário, tendo sido agraciado com a Medalha de Mérito, «por deliberação concordante desta Academia, reunida em sessão ordinária de 10 de Dezembro de 1982, onde foram realçados os merecimentos que levaram à respetiva concessão.»
Em 1976, entrou como sócio correspondente na Academia Portuguesa da História.
Em 29 de Maio de 1982 foi Túlio Espanca contemplado com o Prémio Europeu da Conservação dos Monumentos Históricos, da Fundação F.V.S. de Hamburgo, pela atividade desenvolvida durante quarenta anos em favor da preservação dos monumentos e cidades do Alentejo.
A 27 de Novembro de 1982 foi atribuída a Túlio Espanca a Medalha de Ouro da Cidade, pela Câmara Municipal de Évora presidida pelo Dr. Abílio Fernandes, homenageando o historiador, a sua obra e a sua vida de intenso labor em prol da Cultura e da História, de Évora e do Alentejo.
E logo a 29 de Novembro, o Presidente da República Portuguesa, General Ramalho Eanes, Grão-Mestre das Ordens Portuguesas, conferiu a Túlio Espanca o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, condecoração que distingue personalidades que se evidenciem nas Ciências, Letras e Artes.
A 1 de Novembro de 1990 foi atribuído a Túlio Espanca o grau académico de Doutor «Honoris Causa» pela Universidade de Évora. Foi o reconhecimento universitário do mérito cultural de Túlio Espanca, que dedicou toda a sua vida a ler nas bibliotecas e arquivos a história artística e cultural da cidade de Évora e do Alentejo. Doutoramento, esse, conferido pelo Senado da Universidade eborense na área científica de História da Cultura Portuguesa.
Nesta ocasião e a propósito da atribuição do Doutoramento Honoris Causa a Túlio Espanca pela Universidade de Évora, o Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão, Presidente da Academia Portuguesa da História, declarou, tratar-se de «uma justa homenagem a quem pela sua valiosa obra e pela dedicação de uma vida, tanto tem prestigiado a Arte portuguesa e as tradições culturais da sua província natal…».
Túlio Espanca viria a falecer em Évora, a 2 de Maio de 1993.
Afonso de Carvalho licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo igualmente o curso de Ciências Pedagógicas da mesma Faculdade.
Lecionou no Liceu Passos Manuel em Lisboa e, em 1977, ingressou como professor efetivo na Escola Secundária André de Gouveia, em Évora.
Desenvolveu uma notável carreira de investigador com publicação sistemática de trabalhos no âmbito da História Local, especialmente nas áreas da Toponímia, Inquisição e Marginalidades. Foi orientador de estágio durante vários anos, tendo colaborado em vários seminários e colóquios sobre temas ligados à História de Évora, promovidos, quer pela Escola onde lecionou, quer por outras da região, como Beja e Estremoz.
Participou também nas 1.as Jornadas de História Moderna em 1986, organizadas pela Faculdade de Letras de Lisboa, com um estudo sobre “As Mancebias em EVORA no Antigo Regime”, estudo esse publicado em separata das Actas do referido Congresso e também numa publicação com o título: “ÉVORA: História e Imaginário”, editado pela Ataegina – Associação de Produções Culturais.
Foi-lhe atribuído o Grau de Mestre em História Moderna no ano de 1993, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A sua dissertação de mestrado, orientada pelo Professor Doutor J. Veríssimo Serrão, versou sobre o tema “A Toponímia de Évora, da Idade Média ao século XVI”.
Este seu trabalho de estudos toponímicos, que só parte dele foi ainda publicado, trata das designações dos arruamentos e outros lugares públicos da Cidade de Évora, enquanto circunscritos ao espaço delimitado pela muralha medieval, ou seja, a Cerca Nova e, excecionalmente e a propósito das Portas da muralha dita fernandina, alguns topónimos extramuros.
Todo o estudo desenvolvido foi perspetivado no sentido de enquadrar uma vasta recolha de elementos da toponímia e outros dados da história de Évora, procurando compreender a evolução da toponímia eborense e o próprio crescimento da Cidade ao longo dos séculos XIV-XVI e articulando os pequenos acontecimentos da História Local com os factos da vida e da História nacionais.
Afonso de Carvalho faleceu em Évora no dia 2 de Julho de 2015.
Faleceu no dia 7 de Julho de 1997 António da Silva Godinho, personalidade eborense que, ao longo da sua vida, se dedicou às mais diferentes formas de atividade cultural, nomeadamente ao jornalismo e ao teatro amador, de que era um profundo apaixonado.
Enquanto jornalista colaborou em quase toda a imprensa regional, nomeadamente em “O Arraiolense”, O Montemorense”, “Jornal de Évora”, “Democracia do Sul”, “Notícias de Évora”, “Diário do Sul”, “Brados do Alentejo”, “Notícias do Sul” (Semanário) e ainda na “Revista Alentejana” (da Casa do Alentejo).
Além de jornalista, a outra faceta importante da sua vida foi o Teatro, tendo-lhe dedicado grande parte do seu tempo disponível, podendo mesmo afirmar-se que a Sociedade Operária de Instrução e Recreio “Joaquim António de Aguiar” foi a sua segunda casa. Nesta Sociedade, para além da atividade cénica, fez igualmente parte de várias comissões organizadoras de conferências, exposições e concursos literários.
Grande apaixonado de Évora, muito contribuiu para a divulgação de alguns aspetos da história do seu quotidiano, tendo vários dos seus trabalhos de pesquisa sido publicados na Revista “A Cidade de Évora”, sob o título genérico de “Temas Oitocentistas” e divididos por quatro Séries:
I – “A Cidade de Évora”, N.º 63-64: O Teatro das Casas Pintadas; Panorâmica do Teatro Amador Eborense (Segunda metade do Séc. XIX); A Questão do Mercado; Arraial desfeito; Antes da técnica publicitária; A Política e os Músicos; A primeira festa no Teatro Garcia de Resende; Agitado fim de ano; Um Verão sem tédio; O despertar da cidade; A Feira de S. João; Figuras da Porta Nova; Nos primeiros tempos da bicicleta.
II – “A Cidade de Évora”, N.º 65-66: Figuras populares; A Questão dos Mercados; Iniciativas contra o Analfabetismo; Praça Joaquim António d’Aguiar; Festejos Populares; Amadores de Música Eborense; Tuna Académica Eborense; Bombeiros Voluntários de Évora; Praça do Geraldo; A Procissão dos Caldeirões.
III – “A Cidade de Évora”, N.º 67-68: Carolices de barbeiros; Tempos de crise; Évora e o Marquês de Pombal; O «Granito»; Carnaval; Transportes colectivos; Praça das Mercês; Queda de Governo; Filarmónicas Eborenses.
IV – “A Cidade de Évora”, N.º 69-70: Ronda jornalística; Escola Normal de Évora; Edifício dos Correios de Évora; Palácio de D. Manuel (Velho espaço de cultura eborense).
E ainda n’ “A Cidade de Évora”, N.º 71-76: À volta da Praça do Geraldo.
No “Diário do Sul”, teve a seu cargo as secções “Há 50 anos” e “Évora Antiga”, onde igualmente divulgou vários aspetos da história eborense dos finais do século passado.
Foi proprietário e colaborador assíduo do semanário eborense “Notícias do Sul”, de que o escritor Antunes da Silva foi Diretor, desde o n.º 1, saído a 5 de Outubro de 1976 até ao último, o nº 237, saído a 30 de Julho de 1981.
No dia 21 de Dezembro de 1997, com 76 anos de idade, faleceu o escritor Antunes da Silva, nascido em Évora, na freguesia de S. Mamede, e que foi acima de qualquer outra coisa, um Alentejano: um homem que, forçado a abandonar a sua terra natal pela defesa da justiça social, nunca esqueceu as suas origens e sempre lutou por defender os interesses da sua região.
A coragem com que, desde jovem, defendeu aquilo em que acreditava tornou-o um alvo fácil para as forças do obscurantismo político salazarista, obrigando-o, ainda muito novo, a fixar-se na área de Lisboa, onde viveu e trabalhou quase meio século. Distante, não esqueceu nunca os valores, as carências e o sofrimento do povo a que pertencia: toda a sua obra, parcialmente conotada com as preocupações de denúncia social subjacentes ao neo-realismo literário, foi um canto de amor ao Alentejo e aos alentejanos, o grito de revolta de quem via a sua terra esquecida e anulada.
Num conjunto significativo de jornais e revistas portuguesas, publicou, ao longo dos anos, textos de problemática literária, mas, sobretudo virados para a defesa dos interesses do Alentejo.
Paralelamente, desenvolveu uma obra literária que, em poesia e em prosa, lhe garante um lugar na literatura portuguesa contemporânea, sobretudo pelo testemunho que representa de uma época e de uma situação que só terminaria em 25 de Abril de 1974.
Mas, mesmo depois disso, manteve a sua capacidade de intervenção: a defesa da Reforma Agrária e a construção da Barragem do Alqueva constituíram objetivos de um combate em que se manteve sempre ativo.
Em 1991 a Câmara Municipal de Évora distinguiu-o com a Medalha de Mérito Municipal: Pela dedicação ao estudo de questões relacionadas com o desenvolvimento do Alentejo, pela intensa actividade literária nos campos da prosa e da poesia, onde Évora e o Alentejo são, por excelência, os temas abordados, assim como pelo empenhamento na vida democrática, antes e depois do 25 de Abril de 1974.
Em 1992, o Presidente da República Dr. Mário Soares condecorou-o com a Ordem da Liberdade; e, em 1995, a autarquia eborense celebrou os 50 anos da sua vida literária, prestando-lhe uma homenagem pública, em que foi salientada a sua “postura cívica e de intransigente defesa dos alentejanos”. Homenagem a que em boa hora se associaram a Universidade de Évora e a Casa do Alentejo.
A vasta obra literária de Antunes da Silva insere-se na corrente neo-realista, destacando-se entre os múltiplos títulos o livro de contos “Gaimirra” (1946) e o romance “Suão” (1960). Este último teve sete edições, a última das quais em 1985, e contém alguns dos mais belos textos escritos sobre o Alentejo. Conhecido internacionalmente, viu textos seus traduzidos e publicados na Checoslováquia, Bulgária, Itália, Alemanha, Canadá, URSS e França.
A sua Obra reparte-se por vários géneros:
Conto, Novela e Romance:
Romance:
Reportagem:
Diário:
Poesia:
Nasceu na Covilhã em 1880. Formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Veio a fixar-se na cidade de Évora, tendo esta exercido sobre o seu espírito atento uma alquimia inspiradora. Trabalhou em diversos cargos de administração pública, entre os quais o de secretário-geral do Governo Civil de Évora em 1942.
Desde sempre dedicado a esta Cidade, foi um dos principais fundadores do «Grupo Pró-Évora», no qual assumiu a presidência durante dezasseis anos. Sobre a Cidade investigou e publicou trabalhos de etnografia, arqueologia, arte e história.
Mas as preocupações literárias deste erudito autor estenderam-se também a outras partes do País, sobre as quais escreveu na sua qualidade de publicita e investigador. A sua obra, inclui as seguintes áreas literárias: poemas, prosa lírica, prosa de investigação, contos, peças de teatro e prosa para a infância. Esta produção poder-se-á considerar recortada de um certo romantismo, na medida em que cultiva um regionalismo erudito associado a uma linguagem libertada, simples, coloquial e rica.
Das suas obras destacamos: “O livro dum português” (versos), 1900; “Pela terra” (contos), 1901; “Évora Encantadora”, Évora, 1923; “Alentejo, terra de solidão” (poemas), Évora, 1926; “Évora: na história e na arte…”, Porto, 1930; “O Avião da felicidade”, Lisboa, 1932; “El-Rei dos mil palácios”, Lisboa, 1940; “A cidade encantadora no ano de 1867”. Évora, 1945; “Évora na História e na Arte”, Porto, 1952; “Dordio Gomes, pintor Alentejano”, Évora, 1958.
Exerceu ação notável como jornalista, escrevendo em mais de 80 jornais e revistas nacionais e estrangeiras.
Ao atingir os 70 anos de idade, em Janeiro de 1950, foi homenageado pelo Governo e pela cidade de Évora, tendo-lhe sido conferido o título de cidadão honorário de Évora. Em Janeiro de 1951, o Ministério da Educação Nacional confere-lhe as insígnias da ordem de S. Tiago. Faleceu em Setembro de 1952 vítima de ataque cardíaco.
Filho de Manuel da Silva Pássaro, jardineiro, e de Maria Custódia, cozinheira, Felício José Pássaro nasceu a 11 de Janeiro de 1903, na Rua da Mouraria n.º 16, freguesia de S. Mamede, em Évora. Feita a instrução primária, ingressa na Escola Comercial e Industrial Gabriel Pereira, ao mesmo tempo que se emprega no comércio local. Pouco depois, abandona os estudos, devido à incompatibilidade do seu horário profissional com a frequência escolar.
O seu inconformismo levou-o a percorrer outras profissões, como a de corticeiro, cerâmico, ferroviário, encadernador, e por último, profissional de seguros na Companhia Alentejana de Seguros «A Pátria», onde se viria a aposentar.
O desejo e a necessidade que sentia em ser útil à terra que lhe serviu de berço, levou-o a dedicar uma parte da sua vida a escrever sobre ela.
Sob o pseudónimo de Gil do Monte, começa a publicar pequenos artigos no semanário «O Arraiolense», em 1936. A partir de 1939, estende a sua colaboração a outros periódicos regionalistas. A saber: «Notícias d’Evora»; «Democracia do Sul»; «O Anunciante»; «Ebora, Agenda da Nossa Terra»; «Brados do Alentejo»; Revista Ilustrada «O Anunciante»; «Boletim da Associação de Socorros Mútuos — O Legado do Operário de Evora»; e o «Boletim do Juventude-Sport-Clube». Em 24 de Junho de 1956, fundou «O Informador», folha publicitária anual, que se publicava pela feira de S. João e S. Pedro, entre 24 a 29 de Junho de cada ano. Foi suspensa ao no 4, a 24 de Junho de 1959. Tinha como sede da sua redação e administração, a sua casa, na Rua Romão Ramalho n.º 94 em Évora.
Em 1940, tornou-se publicista, editando «Subsídios para a História de Vera-Cruz do Marmelar», tendo sido assim iniciada uma outra vertente dos seus trabalhos, a publicação de monografias, que se vai prolongar ao longo de 36 anos de investigação.
Em 1950 fez parte do Conselho Fiscal da Associação de Socorros Mútuos «O Legado do Operário de Évora». Desempenhou funções diretivas na referida Associação em 1951 e 1952 e foi redator do boletim editado para comemorar as suas bodas de prata (17-VILI-1927 a 17-VII1952).
Foi agraciado com o Grau de Cavaleiro da Ordem do Infante Dom Henrique, em 7 de Março de 1985. Homenagem de igual importância, é o facto do seu pseudónimo ter sido atribuído como nome a uma das ruas do Bairro das Corunheiras.
A 19 de Março de 1987, Felício José Pássaro, com 84 anos, faleceu.
Nasceu em Évora, na Freguesia de Santo Antão, em 1945. Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, desenvolveu a sua atividade profissional na área da Sociologia da Cultura e da História. Funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros/Secretaria de Estado dos Consulados e das Comunidades Portuguesas optou, após duas décadas, pela transferência para a Administração Local (Câmaras Municipais de Cuba e Beja).
Colaborou na imprensa regional e nacional desde muito jovem: “Democracia do Sul”, “Jornal de Évora”, “Notícias de Évora” e “A Defesa”; a “República” e o “Diário de Lisboa”.
A atividade cívica na terra natal, levou-o ao exílio (França, Bélgica, Holanda, Itália), face à perseguição da polícia política da ditadura, até Maio de 1974.
Após breve passagem por Angola (como militar recém ingressado nas fileiras do Exército) no período da então denominada descolonização, e a colaboração na extinta revista semanal ABC (Luanda), retomou a sua atividade literária.
Posteriormente colaborou na imprensa regional: “Diário do Alentejo” e na revista de cultura da Câmara Municipal de Beja, “Arquivo de Beja”. Manteve colaboração assídua no “Diário do Sul” (Évora) e no semanário “A Defesa”. Desde 1974, tem colaboração dispersa na imprensa nacional e em revistas da especialidade: “Diário de Lisboa”, “Diário Popular”, “Sempre Fixe”, “Portugal Hoje”, “Diário de Notícias”, “Expresso”, “Jornal de Letras, Artes e Ideias”, “Grande Reportagem”, revista “História” (1.a série), “O Mundo Português” (“O Emigrante”).
Publicou A Revolução da Maria da Fonte (subsídios para a sua interpretação), Porto, 1978; O Nosso Cônsul em Havana: Eça de Queirós, Lisboa, 1981; Jaime Batalha Reis na Rússia dos Sovietes, Porto, 1987; Comunidades Portuguesas e sua Imprensa / Subsídios para um inventário, Porto, 1987; Pequeno Dicionário do Movimento Socialista Português, Lisboa, 1989; Portugueses no Havai, Ponta Delgada (Açores), 1996; Poetas da Nossa Terra (recolha e organização da antologia dos poetas populares do Concelho de Cuba); Bibliografia Passiva de Fialho de Almeida, Beja, 2000; Alvito …há cem anos / Memórias e Retratos, Alvito, 2000; Manuel Severim de Faria (ensaio biográfico), Évora, 2003; Dicionário Biográfico de Notáveis Eborenses, Évora, 2004; Évora – cidade esotérica e misteriosa, Lisboa, 2005; Évora – das invasões napoleónicas à resistência patritótica (1807-1808), ed. CME, 2008; [Para publicação: Fotobiografia de Estrela Faria (artistaplástica eborense)]. Colaborou com várias centenas de “entradas” no Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas.
Joaquim Palminha Silva faleceu em Évora no dia 15 de Novembro de 2015.
Nasceu em Évora (freguesia de S. Mamede), no dia 27 de Dezembro de 1917. Iniciou os estudos na Escola Salesiana (tendo sido um dos dois primeiros alunos), continuando depois no Seminário de Évora. Ordenado sacerdote em 1940, partiu para Roma onde se licenciou em Musicologia no Pontifício Instituto de Música Sacra, como bolseiro do Instituto para a Alta Cultura. Regressado a Portugal foi professor do Seminário Maior de Évora onde, durante 40 anos, se responsabilizou pela música coral nas celebrações litúrgicas da Sé. Em 1958, centenário das aparições de Nossa Senhora em Lurdes (França), com o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian, levou o Coro do Seminário Maior de Évora a participar no Encontro Internacional dos Coros “Pueri Cantores”. Lecionou Moral e Religião Católicas na Escola Industrial e Comercial e no Liceu de Évora sendo, ao mesmo tempo, capelão do Lar de Santa Helena (Calvário). Pertenceu a várias agremiações culturais: “Consortiatio Internacionalis Musicae Sacrae”, de Roma, Pontifícia Academia Mariana Internacional, Academia Portuguesa de História, Sociedade Brasileira de Musicologia e Doutor Honoris Causa pela Universidade de Évora. Durante muitos anos investigou a Escola de Música da Sé de Évora, publicando as obras de Frei Manuel Cardoso, Diogo Dias Melgaz e João Lourenço Rebelo, num total de 11 volumes de estante, com o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian. Subsidiado pelo Instituto de Alta Cultura publicou as obras didáticas de Mateus de Aranda, datadas de 1533 e 1535.
É autor de vários estudos históricos, relacionados com a música, entre os quais:
Em 1985 recebeu o Prémio de Ensaísmo Musical, instituído pelo Conselho Português de Música, tendo como referência o seu livro “Polifonistas Portugueses”. Sucedeu a Mário Sampaio Ribeiro na direção do Coro Polyphonia, com o qual se deslocou a França e Inglaterra, na execução polifónica de Música Litúrgica de autores portugueses. Foi colaborador da Enciclopédia VERBO e do Dicionário da História da Igreja em Portugal. De colaboração com o Cónego Dr. Sebastião Martins dos Reis, publicou: “Problemas Eborenses: O Reitor do Liceu de Évora e Deputado por Évora, Dr. A. B. Gromicho contra o Liceu de Évora”; “Recidivas do Deputado por Évora … contra o Liceu e contra a Universidade de Évora”, 1957. Fez o levantamento do Arquivo de Música da Catedral de Évora, do Paço Ducal, de Vila Viçosa e da Biblioteca Pública de Évora. Participou ativamente nas Semanas Gregorianas de Fátima, proferiu muitas conferências e escreveu inúmeros artigos em jornais e revistas sobre temas históricos e musicais.
Faleceu em Évora, no dia 23 de Janeiro de 2004.
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