Évora presente em Encontro de Autarcas de Cidades Candidatas a Capital Europeia da Cultura em 2027
Atualizado em 05/07/2021Realizou-se no dia 24 de janeiro, em Portimão, um Encontro de Autarcas de Cidades Candidatas a Capital Europeia da Cultura em 2027, no qual esteve presente o presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá.
Neste encontro, a que a Ministra da Cultura, Graça Fonseca, viria a associar-se, as cidades concorrentes reconheceram-se também como cooperantes tendo em conta a relevância nacional e a exigência do processo de candidatura a Capital Europeia da Cultura. Como se pode ler na Declaração Conjunta subscrita pela quase totalidade das Cidades que já anunciaram a sua intenção de Candidatura,
Em Portugal, pela primeira vez ao nível das cidades médias, um trabalho sistemático de pensamento do território a partir da cultura está a desenvolver-se para o horizonte de uma década. As cidades souberam interpretar a importância de intervir na cultura numa dinâmica de longa duração. Assumiram-se protagonistas desta reflexão: repensam o território como relação complexa do património, das artes e das redes de cooperação cultural necessariamente inscrita numa escala europeia, provocam sinergias regionais e preparam-se para gerar uma inevitável transformação das condições de cidadania, horizonte último das políticas da cultura.
Ao desafio inicialmente lançado pela Câmara Municipal de Faro responderam as cidades de Évora, Braga, Coimbra, Guarda, Leiria e Oeiras que subscreveram uma Declaração Conjunta.
DECLARAÇÃO CONJUNTA
A designação de uma cidade portuguesa como Capital Europeia da Cultura em 2027 será o resultado de um processo inédito, exigente e desafiante.
A existência de um concurso nacional prévio à designação é o elemento que distingue mais nitidamente o atual procedimento das três situações anteriores (Lisboa, 1994; Porto, 2001; Guimarães, 2012).
Conhecedoras desta novidade e das suas implicações, várias cidades portuguesas começaram já, algumas há vários anos, a trabalhar ativamente na preparação dos respetivos dossiês de candidatura. As cidades mostraram, assim, compreender bem a exigência e as virtudes do processo atual.
Em Portugal, pela primeira vez ao nível das cidades médias, um trabalho sistemático de pensamento do território a partir da cultura está a desenvolver-se para o horizonte de uma década. As cidades souberam interpretar a importância de intervir na cultura numa dinâmica de longa duração. Assumiram-se protagonistas desta reflexão: repensam o território como relação complexa do património, das artes e das redes de cooperação cultural necessariamente inscrita numa escala europeia, provocam sinergias regionais e preparam-se para gerar uma inevitável transformação das condições de cidadania, horizonte último das políticas da cultura.
O objetivo de qualquer uma destas cidades não é preparar, para 2027, um evento festivo e vistoso. É consolidar as condições necessárias para a existência de cidades culturais e criativas habitadas por cidadãos conscientemente ligados às possibilidades de futuro prometidas no melhor da herança europeia. Esse trabalho já começou e não termina em 2027: a sustentabilidade do legado criativo que envolva cidadãos, artistas e operadores culturais será a maior prova do êxito de todo este processo, que vai transformar o território nacional.
Concorrentes porque participam num processo em que só uma será escolhida, as cidades reconhecem-se também como cooperantes: porque estão conscientes da importância nacional do seu trabalho.
Por isso, as cidades signatárias da presente Declaração incitam o tecido cultural e criativo e todos os cidadãos a envolverem-se neste movimento de dinamização cultural que está a ser desenvolvido de norte a sul e a colaborar na concretização de novos roteiros culturais assentes nas especificidades de cada território.
As cidades exortam também e muito especialmente o Governo Português, através do seu Ministério da Cultura, a associar-se a este movimento, criando as sinergias necessárias para que, independentemente da cidade escolhida, o País saia reforçado deste processo.
O acolhimento do título de Capital Europeia da Cultura em 2027 constitui um desígnio nacional e as cidades que percorrerem o caminho de uma candidatura entendem que o Governo é um parceiro fundamental no planeamento e implementação oportuna de condições de apoio estrutural ao êxito da candidatura.
Neste contexto, entendemos importante abrir-se um espaço de diálogo e colaboração entre as cidades candidatas e o Ministério da Cultura, assente numa plataforma permanente de trabalho, visando delinear resposta às questões ligadas ao processo de candidatura, aos compromissos do governo no financiamento do projeto e a articulação das políticas culturais nacionais com as estratégias locais e regionais em curso.